sexta-feira, 17 de abril de 2009

A carteira

A CARTEIRA
[AE. 15 MAR. 1884.]




...De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira.

Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:

¾ Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.

¾ É verdade, concordou Honório envergonhado.

Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de pagar amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo recheado. A dívida não parece grande para um homem da posição de Honório, que advoga; mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as circunstâncias, e as dele não podiam ser piores. Gastos de família excessivos, a princípio por servir a parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida da solidão; baile daqui, jantar dali, chapéus, leques, tanta cousa mais, que não havia remédio senão ir descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas de lojas e armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro, quinhentos a outro, e tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os jantares a comerem-se, um turbilhão perpétuo, uma voragem.

¾ Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar da casa.

¾ Agora vou, mentiu o Honório.

A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes remissos; por desgraça perdera ultimamente um processo, em que fundara grandes esperanças. Não só recebeu pouco, mas até parece que ele lhe tirou alguma cousa à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas nos jornais. D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher, bons ou maus negócios. Não contava nada a ninguém. Fingia-se tão alegre como se nadasse em um mar de prosperidades. Quando o Gustavo, que ia todas as noites à casa dele, dizia uma ou duas pilhérias, ele respondia com três e quatro; e depois ia ouvir os trechos de música alemã, que D. Amélia tocava muito bem ao piano, e que o Gustavo escutava com indizível prazer, ou jogavam cartas, ou simplesmente falavam de política.

Um dia, a mulher foi achá-lo dando muitos beijos à filha, criança de quatro anos, e viu-lhe os olhos molhados; ficou espantada, e perguntou-lhe o que era.

¾ Nada, nada.

Compreende-se que era o medo do futuro e o horror da miséria. Mas as esperanças voltavam com facilidade. A idéia de que os dias melhores tinham de vir dava-lhe conforto para a luta. Estava com trinta e quatro anos; era o princípio da carreira; todos os princípios são difíceis. E toca a trabalhar, a esperar, a gastar, pedir fiado ou emprestado, para pagar mal, e a más horas.

A dívida urgente de hoje são uns malditos quatrocentos e tantos mil-réis de carros. Nunca demorou tanto a conta, nem ela cresceu tanto, como agora; e, a rigor, o credor não lhe punha a faca aos peitos; mas disse-lhe hoje uma palavra azeda, com um gesto mau, e Honório quer pagar-lhe hoje mesmo. Eram cinco horas da tarde. Tinha-se lembrado de ir a um agiota, mas voltou sem ousar pedir nada. Ao enfiar pela Rua da Assembléia é que viu a carteira no chão, apanhou-a, meteu no bolso, e foi andando.

Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando, andando, andando, até o Largo da Carioca. No Largo parou alguns instantes, enfiou depois pela Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. Sem saber como, achou-se daí a pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem saber como, entrou em um Café. Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando para fora. Tinha medo de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, ninguém iria entregar-lha; insinuação que lhe deu ânimo.

Tudo isso antes de abrir a carteira. Tirou-a do bolso, finalmente, mas com medo, quase às escondidas; abriu-a, e ficou trêmulo. Tinha dinheiro, muito dinheiro; não contou, mas viu duas notas de duzentos nmil-réis, algumas de cinqüenta e vinte; calculou uns setecentos mil-réis ou mais; quando menos, seiscentos. Era a dívida paga; eram menos algumas despesas urgentes. Honório teve tentações de fechar os olhos, correr à cocheira, pagar, e, depois de paga a dívida, adeus; reconciliar-se-ia consigo. Fechou a carteira, e com medo de a perder, tornou a guardá-la.

Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a, com vontade de contar o dinheiro. Contar para quê? era dele? Afinal venceu-se e contou: eram setecentos e trinta mil-réis. Honório teve um calafrio. Ninguém viu, ninguém soube; podia ser um lance da fortuna, a sua boa sorte, um anjo... Honório teve pena de não crer nos anjos... Mas por que não havia de crer neles? E voltava ao dinheiro, olhava, passava-o pelas mãos; depois, resolvia o contrário, não usar do achado, restituí-lo. Restituí-lo a quem? Tratou de ver se havia na carteira algum sinal.

"Se houver um nome, uma indicação qualquer, não posso utilizar-me do dinheiro," pensou ele.

Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu, bilhetinhos dobrados, que não leu, e por fim um cartão de visita; leu o nome; era do Gustavo. Mas então, a carteira?... Examinou-a por fora, e pareceu-lhe efetivamente do amigo. Voltou ao interior; achou mais dous cartões, mais três, mais cinco. Não havia duvidar; era dele.

A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro, sem praticar um ato ilícito, e, naquele caso, doloroso ao seu coração porque era em dano de um amigo. Todo o castelo levantado esboroou-se como se fosse de cartas. Bebeu a última gota de café, sem reparar que estava frio. Saiu, e só então reparou que era quase noite. Caminhou para casa. Parece que a necessidade ainda lhe deu uns dous empurrões, mas ele resistiu.

"Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso fazer."

Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco preocupado, e a própria D. Amélia o parecia também. Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava alguma cousa.

¾ Nada.

¾ Nada?

¾ Por quê?

¾ Mete a mão no bolso; não te falta nada?

¾ Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso. Sabes se alguém a achou?

¾ Achei-a eu, disse Honório entregando-lha.

Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado para o amigo. Esse olhar foi para Honório como um golpe de estilete; depois de tanta luta com a necessidade, era um triste prêmio. Sorriu amargamente; e, como o outro lhe perguntasse onde a achara, deu-lhe as explicações precisas.

¾ Mas conheceste-a?

¾ Não; achei os teus bilhetes de visita.

Honório deu duas voltas, e foi mudar de toilette para o jantar. Então Gustavo sacou novamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o outro não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D. Amélia, que, ansiosa e trêmula, rasgou-o em trinta mil pedaços: era um bilhetinho de amor.

26 comentários:

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  2. A mulher do Honório apresentava, ao longo do texto, um comportamento de uma pessoa carente, reclamando de solidão e, por final das contas, parecer preocupada com a perda da carteira do Gustavo, cousa de quem esconde algo. E, por sua vez, o Gustavo, amigo do Honório, sempre estava a agradar a mulher do Honório, a D. Amélia, e, no final, a preocupação da perda da carteira, o desespero e o olhar desconfiado quando o Honório devolve-lhe.

    Em minha visão do texto, Honório, apesar de estar afundado em dívidas, acabou sendo um homem honesto ao devolver a carteira ao seu amigo Gustavo, entretanto lhe faltou um pouco de honestidade em pensar em gastar o dinheiro sem antes procurar por uma identidade na carteira. Nada que não possa ser perdoado pelo fato de logo após ele ter procurado pela identidade, ter descoberto que era de seu amigo e devolve-la ao dono.

    Acredito que o fato de a mulher do Honório ser uma pessoa carente, seu marido, apesar de não aparentar, estar endividado e o seu amigo Gustavo agradá-la com elogios e carinho justifique o fato dela acabar traindo seu marido com o Gustavo. Apesar de justificar, não é aceitável, pois o episódio se passa nas proximidades do final do século XIX.

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  3. Caio Alves Bersot Machado
    1001B

    A mulher estar aborrecida por causa da solidão, Gustavo ir todas as noites a casa de Honório e ouvir a música de D. Amélia com indizível prazer. E ela ficar nervosa com o desaparecimento da carteira de Gustavo. São pequenos indícios que nos levam a pensar numa traição.

    Honório foi honesto, de certa forma, ele poderia ter lido os bilhetes de papel na carteira para procurar por um nome ou endereço, para que pudesse devolvê-la. Porém, assim que soube que a carteira era de Gustavo, ele devolveu, mostrando ser honesto.

    Honório não dava atenção a D. Amélia e achava que roupas e bailes iriam pagar por toda essa falta de carinho, e ela deve ter encontrado em Gustavo tudo o que faltava em Honório. Talvez se ela tivesse maior participação na vida financeira do casal, ela poderia não ter o traído.

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  5. O indício de traição está na parte em que se diz que Gustavo está sempre na casa de Honório mesmo quando este não está, subentendendo-se que Gustavo passava bastante tempo à sós com Dona Amélia.

    Diferente de Gustavo e Amélia, Honório foi honesto, pois apesar de considerar várias vezes usar o dinheiro(justificável, pois estava muito endividado)no final acabou decidindo ver de quem era a carteira, devolvendo-a.

    Considerando a época, pode-se até justificar a traição de Dona Amélia, uma mulher sozinha,dona de casa, entediada, com um marido ausente, sem conhecimento da situação financeira de ambos(o que provavelmente a fazia indagar porque o marido não liberava mais tanto o dinheiro) e ainda com um amigo tão próximo e interessado.

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  6. Gustavo, que freqüentava a casa de Honório todos os dias, ouvia D. Amélia tocar música alemã no piano com um indizível prazer e Amélia ter ficado preocupada com o desaparecimento da carteira de Gustavo são indicações de que havia uma traição no conto de Machado de Assis.

    Honório, que nunca contava nada sobre os negócios para a mulher, temia a miséria. Por mais que ele, por um instante, tenha pensado em ficar com o dinheiro da carteira, para poder pagar uma das dívidas que tinha, acabou devolvendo a carteira ao seu dono, que era Gustavo, se mostrando o mais honesto entre os personagens.

    Levando em consideração a época em que o conto se passa, Amélia estava carente, entediada, e Gustavo estava sempre presente, ao contrário do marido. Então acho que isso justifica a traição de Amélia.

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  10. O fato de Honório ter devolvido a carteira ao amigo mostra que mesmo com as dificuldades que passava financeiramente ele não perdeu sua honestidade. Mas por outro lado o fato dele nao contar á ninguém, nem ao menos, á esposa que estava com problemas financeiros mostra que ele é vaidoso.

    O ato de D. Amélia foram inaceitável, mas como o seu próprio marido nao dava atenção a ela, ela já estava entediada e também devido á época em que se passa a história pode se dizer que seu ato é "justificável".

    Gustavo mostrou-se um homem falso e sem nenhum sinal de caráter ao trair o próprio amigo. Fingindo-se ser amigo de Honório, Gustavo frenquentou a casa de Honório somente para ver Amélia, o que é um sinal de sua total falta de caráter.

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  11. THIAGO CORRÊA OLIVEIRA
    1001 B

    As indicações que já havia no decorre do texto sobre a traição era que a mulher de Honório, D. Amélia, vivia muito entediada com o marido, e ela ficou muita tensa quando Gustavo perdeu sua carteira, mostrando que escondia alguma coisa, Gustavo ia sempre todas as noites na casa de Honório e sempre fazia algumas pilhérias, para zombar do “amigo” na frente de D. Amélia.

    Em minha opinião Honório foi honesto, porque por mais que ele estava afundado em dividas, sempre dando o melhor para sua família mesmo sem condições, e já imaginando um futuro ruim, ele procurou algum sinal do dono da carteira e descobriu que era de seu “amigo”, assim a devolveu lhe para ele.

    O comportamento de D. Amélia e justificável porque ela e uma mulher do final do século XIX, onde nessa época as mulheres viviam para os filhos e maridos, portanto as mulheres não precisavam ter que estudar trabalhar, saber os gastos de casa, as mulheres eram as diversões de seus esposos.

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  12. Logo no inicio do conto, Honório fala que D. Amélia vivia entediada e que todas as noites Gustavo ia a sua casa, mesmo que só para ouvir D. Amélia tocar trechos de musicas alemãs, que ela tocava muito bem. E quando D. Amélia viu que Gustavo tinha perdido a carteira, ficou nervosa.

    No decorrer da historia Honório não foi totalmente honesto, porque ele pegou a carteira que não era sua e a abriu. Mas depois de descobrir que a carteira era do seu amigo Gustavo, resolveu devolve-la. Pode-se dizer que Honório foi honesto, porque alem de devolver a carteira, ele não olhou o que tinha escrito nos vários bilhetes que ali dentro estavam.

    O comportamento de D. Amélia não é justificável. O marido, Honório, fazia de tudo pra agradar a mulher, se endividou por causa dela e mesmo ela não sabendo deveria imaginar que as coisas não estavam ótimas, e D. Amélia poderia ter sido pelo menos fiel ao marido. Mas levando em conta o contexto histórico o comportamento de D. Amélia poderia ser justificado pela solidão em que ela vivia, já que o marido trabalhava o dia todo.

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  13. João Marcos Novaes Chagas 1001-B

    O fato de Gustavo ir todas as noites á casa de Honório, e depois ouvia as músicas que D. Amélia tocava, que ele escutava com indizível prazer e o fato de Gustavo estar sempre a agradar D. Amélia são indicaçõs da traição e por fim o olhar desconfiado que lançou ao amigo quando recebeu a carteira. Já D. Amélia parecia estar preocupada por algo quando Honório chegou em casa, além do fato de estar entediada com o marido e ela também ficou muito tensa ao ver Honório entregar a carteira a Gustavo.

    Por fim ele foi honesto, mas no decorrer da história ele se mostrou bastante dividido em ficar ou devolver a carteira, mas era justificável pois tinha muitas dividas por tentar dar o melhor para sua família.

    D. Amélia estava entediada, carente e tudo mais, muita gente acharia que seu comportamento seria justificável, mas as intenções de Honório eram as melhores possíveis, logo D. Amélia não poderia ter feito isso, e ainda por cima com um amigo muito próximo da família. Mas levando em conta o contexto histórico, podemos considerar o comportamento de D. Amélia justificável, pois além do fato do marido trabalhar e deixar D. Amélia muito sozinha e carente, Honório também não contava nada a mulher sobre o seu trabalho e sua situação financeira.

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  14. Ao longo do texto se percebe muitos indícios da traição de D. Amélia a Honório. O primeiro deles se percebe logo no começo do texto, seu aborrecimento pela solidão é uma pequena pista de que seu tédio a levaria a busca de uma nova companhia.
    Outro indício são as constantes visitas de Gustavo a casa de Honório para, supostamente, jogar cartas ou falar de política (sua real intenção é óbvia), seu prazer ao ver D. Amélia ao piano também é um importante indício. Mais a frente, Honório encontra bilhetes na carteira do amigo, mas não percebe a importância de tais. Ao chegar em casa encontra seu amigo por lá (!) e inocentemente entrega a carteira com os bilhetes de volta ao suposto amigo que, em sua ausência, os dá a D. Amélia que os rasga. Então o autor da a cartada final e entrega que os tais bilhetes tinham o conteúdo amoroso.

    Se percebe ao longo do texto que Honório é sim um homem honesto, mas que poderia ter pego o dinheiro (o que seria um ato desonesto), visto que ele só não o fez por que descobriu que o tal era de seu amigo, Gustavo. Apesar disso ele demonstra sua boa índole ao entrar em conflito com si próprio entre pegar o dinheiro da carteira ou não, vendo o tamanho de sua necessidade no momento esse se torna um importante fator de esclarecimento em relação ao seu caráter.

    Do ponto de vista histórico o comportamento de D. Amélia é realmente justificável, pois por levar uma vida monótona e só, ela procura algo para distraí-la, algo que satisfaria suas necessidades e a faria feliz, acaba encontrando tudo isso em Gustavo. Em sua época a traição pelas mulheres era algo comum, devido a posição hierárquica da mulher na família era costume que a ela ficasse em casa todo o dia, no caso das famílias ricas, ficasse em casa sem fazer absolutamente nada e viver em função do marido, muitas vezes sem receber sua atenção, o que era realmente cansativo para as mulheres dessa época, isso as levava a traição.

    João Vitor C. Flores
    1001B

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  15. Iuri Lourenço Pessanha.

    Gustavo todas as noites ia à casá de Honório com o pretexto de estar ali para jogar cartas e conversar, e sempre que D. Amélia tocava piano o prazer dele em ouvir era muito anormal.

    Honório foi muito honesto naquela situação por devolver a carteira ao amigo, sendo que a mesma continha dinheiro o suficiente para pagar sua divida mais urgente, mas ele ficou duvidas se ele devolveria a carteira, e essa não fosse de seu amigo ele poderia não ter devolvesse.

    As mulheres da época que se passa o conto tinham vidas muito monótonas, vivendo em função de agradar e entreter os maridos, mas D. Amélia já estava muito entediada com essa situação e precisava se distrair, e mesmo com os inúmeros bailes e jantares pagos por Honório ela continuava muito entediada e precisava viver uma aventura diferente para ficar melhor.

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  16. Este conto de Machado de Assis relata um fato que ocorreu com Honório,ao achar uma carteira na rua,Honório teve muitas dúvidas em relação ao que fazer;abrir,usá-la,ou devolver?

    Honório com muitos problemas temia o futuro da família e com isso não se abria com ninguém,estava angustiado.Sua esposa D. Amélia se sentia só por não ter um marido presente.

    Gustavo o amigo da família,um homem com boas condições financeiras,galantiador e apreciador de músicas,tinha um enorme prazer em ouviras músicas alemãs que D. Amélia tocava,ela se sentindo só deixou-se a desejar, não resistiu, e teve um caso com Gustavo,amigo de seu marido.

    Apesar da atitude do Honório,não ser presente na família a traição não é uma justificativa.

    Thamiris Rocha G. da Silva-1001B

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  18. Honório mostra-se um homem muito vaidoso, preocupado com sua imagem perante as pessoas, ainda mais ele que advoga, tanto que não revela seus problemas a ninguém. Ao encontrar uma carteira recheada de dinheiro, aconteceu-lhe o que aconteceria com qualquer outra pessoa que estivesse em sua situação e uma solução caísse do céu diretamente em suas mãos: tentou-se a usar o dinheiro. Pois se usasse estaria livre da dívida e pronto, mas não foi impulsivo e pensou no ato que iria cometer, e então procurou uma identificação para poder devolve-la sem mexer em bilhetes e papéis alheios, e ao perceber que era de Gustavo, não iria trair a confiança de seu amigo, resistiu a tentação e devolveu-a.

    Desde o início do conto pode-se perceber que D. Amélia é uma mulher solitária, e não tem a atenção e nem a gratidão que necessita de seu marido, enquanto ele tentava compensar-lhe com presentes, o que não tinha resultados. Considerando a época que é relatada, em que contentar o homem era a única função da mulher e sua visão de vida não ia além disso, ela acaba traindo o marido com Gustavo, que lhe dava atenção e apreciava seu talento ao piano, dando-lhe a satisfação que queria.

    As evidências da traição são deixadas subentendias em todo o conto, com Gustavo estando frequentemente presente na casa da família apreciando as músicas que D. Amélia tocava, com tal prazer que nem seu Honório tinha, D. Amélia não reclama da falta de diálogo com seu Honório, e em nenhum momento se fala em amor entre marido e mulher. Após o sumiço da carteira, quando Honório chega em casa, encontra Gustavo sozinho com D. Amélia, ambos aflitos e preocupados. Quando Gustavo recebe a carteira, a pega depressa e olha desconfiado para o amigo, como se esperasse ser acusado por algo, e só depois que Seu Honório os deixa sozinhos novamente, que ele abre a carteira e vai diretamente a um dos bolsos e entrega um bilhete a D. Amélia que o rasga em pedacinhos, e enfim, em sua última frase, Machado de Assis torna óbvio o que era subentendido: era um bilhete de amor.

    LÍVIA LEOPOLDINO VAZ - 1001 B

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  19. Fernando H. R. da Costa 1001b

    A relaçao entre Honório e Amélia ja não era das melhores, Gustavo ia sempre à casa dos dois, as vezes peguntava como ia a vida de Honório e por fim, Gustavo e Amélia demonstravam grande procupação com o desaparecimento de sua carteira onde se encontravam bilhetinhos de amor.

    Honório essa sim um homen honesto por mesmo em momento de tamanha nessecidade ter devolvido a carteira em que achara, mas por outro lado, ele nao era honesto com sua Família e si próprio, vivendo uma vida de ilusões, fingindo que tudo estava uma maravilha.

    Pois naquela época a mulher era vista principalmente como um instrumento para o homem, alguem que apenas ficasse em casa cuidando da casa e dos filhos, e é claro, isso a deixaria intediada, ainda mais com a falta de atenção que Honória apresentava em relaçao à Amélia, isso a fez procurar algo novo, o que deu origem a traição.

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  20. Até às 14h do dia 22 de abril, apenas 13 alunos publicaram algum comentário sobre o texto. Lembro que hoje é a data limite. Gerson.

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  21. No decorrer do texto, consta que Gustavo, frequentava bastante a casa de Honório, mesmo quando ele não estava. Também cita que Gustavo em ouvir D. Amélia tocar música alemã no piano. Esses fatos levam a imaginar que havia uma traição.

    Honório era honesto. O que deixou claro a honestidade do personagem central texto, foi o momento em que ele devolveu a carteira para seu amigo Gustavo.

    D. Amélia estava muito entediada, pois passava a maior parte do tempo sozinha, sem seu marido, o que poderia a deixar um pouco carente também. Levando em conta essas circunstancias, o comportamento de D. Amélia pode ser justificável!

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  22. Lorena Pessanha


    "A carteira" trata-se de uma peça pregada ao protagonista! Nem sempre teremos uma resposta no mesmo nível de como agimos. Vimos isso quando, mesmo passando por dificuldades, Honório não consegue prejudicar seu amigo, devolvendo-o a carteira. Essa que poderia ajudar em seus problemas financeiros. Mas seu amigo Gustavo não foi tão honesto assim afinal, na carteira tinham bilhetinhos de amor que comprovavam a traição de sua mulher.
    Outros indícios de traição foram as visitas diárias de Gustavo a casa de honório, mesmo fora da sua presença , além da aflição da esposa em saber que Gustavo havia perdido a carteira.

    As mulheres dessa época eram submissas aos maridos, e ficavam trancadas em casa, sozinhas. Pelo fato de Gustavo estar sempre frequentando sua casa, e a D.Amélia sentir falta de uma presença masculina, a traição pode ser justificada. Um final triste porém real, uma das características marcantes de Machado de Assis.

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  23. Raphael P. Oliveira 1001-B

    Há indícios de uma suposta traição, quando D. Amélia por ser uma pessoa muito solitária, encontra em Gustavo uma pessoa atenciosa e carinhosa para com ela. Sempre Gustavo estava presente nos jantares e adorava ouvi-la tocar piano.


    O Honório foi honesto sim, pois por maiores que fossem as suas dividas, ele entregou a carteira ao dono.Qualquer pessoa em seu lugar e na sua situação ficaria na duvida de entregar ou não. Honório com certeza é o mais honesto entre os personagens da história. A maior prova de sua honestidade foi quando, após abrir a carteira e ver que nela continham bilhetes, ele não os abriu.


    O comportamento dela em si não é justificável. Ela foi uma pessoa muito desonesta com o marido, pois ele fazia de tudo por ela; se endividou para ceder aos caprichos da esposa e mesmo assim não quis que ela soubesse das dificuldades em que se encontrava.
    Por outro lado, levando em conta o contexto histórico é possível justificar a traição, pois D. Amélia vivia muito solitária e Honório só preocupado com a situação financeira da família se esquecia que a mulher necessitava de carinho e atenção.

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  25. Luan
    No texto não havia indicações concretas da traição, mas pelo fato de Gustavo estar sempre na casa de Honório, e por Amélia estar entediada e sempre sozinha, podemos SÓ imaginar que houve traição, mas isso fica explicito na ultima estrofe do texto.
    Honório foi totalmente honesto durante o texto, mesmo sofrendo tentações. O fato dele não contar aos amigos que estava passando por problemas financeiros, deve-se por ele ser muito vaidoso.
    A traição de Amélia pode se justificada, pelo simples fato dela estar sempre entediado e solitário, já que Honório nunca estava presente em casa, ou pensativo sobre a falta de dinheiro e nas dividas. Pode-se dizer também que as mulheres (da época, ou em geral) podem ser mais facilmente manipuladas.

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  26. Natalia
    Com certeza é um conto, uma historia, de bastante impacto e de surpreendente final. Mesmo contendo durante o texto algumas pistas da traição de D.Almelia e Gustavo. A pesar de as pistas estarem ali, é preciso atenção para reconhecê-las. Um dos fatos que nos faz chegar à conclusão do final é o fato de Augusto ir todas as noites a casa de seu ‘’amigo’’ e em vez de apoiá-lo, jogar-lhe comentários irônicos e junto a isso, o imenso prazer de estar na presença da esposa de Honório ,frente ao piano , e outra evidencia, quando ao chegar em casa Honório em contra o amigo e a esposa com uma imensa anciosidade , ao contar-lhe que havia achado a carteira de Gustavo .
    A respeito do caráter de Honório, pode-se concluir que ele era um homem honesto. Pois com tanta divida com o futuro da família em jogo, ele resistiu à tentação e não usou o dinheiro, mesmo tendo muita necessidade de usá-lo.
    Outro fato o qual de ser comentado é a atitude de Amélia, a traição, o qual ela está envolvida. De acordo com o contexto desse conto podemos mostrar que há uma justificativa para esta atitude. Amélia era uma mulher muito sozinha e sem atenção do marido, e na época em que ela vivia (fim do século XIX) era muito normal a mulher ‘’servir’’ apenas a casa e ao marido, com tudo isso ela procurou um modo de se completar e de se fazer feliz.

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